A Biblioteca Pública da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, com mais de 4000 volumes de literatura, arte, filosofia, história, ciência, livros infantis e juvenis, etc. e algumas centenas de publicações periódicas pode ser consultada durante as horas de abertura. Também a Mediateca, que se encontra em formação, pode já ser consultada e verem-se filmes no local ou levá-los para casa, emprestados. Ver Catálogo da Biblioteca Pública e Mediateca. Ver mais informações.
Mediante marcação:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
O Centro de Documentação, constituído pelo arquivo Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas) pode ser consultado mediante marcação. Ver Catálogo da Biblioteca do Centro de Documentação.
Programação:
Ciclo: Revoltas e Revoluções
Não nos esquecemos. Este é o ano dos 100 anos da Revolução de Outubro. Não é um evento que se marca no calendário, que existiu só naquele dia daquele mês do ano de 1917. Foi uma excepção, como tantas outras, nos processos históricos dos bastidores e dos quotidianos. Apesar de todas as improbabilidades, aquelas pessoas acreditaram que era possível transformar o seu país e o mundo. A vida mudou, a arte seria também combate, a cultura transformava-se para todos e cantaram-se lutas e utopias – em Outubro de 1917, mas também nos anos seguintes, também noutros lugares do mundo.
O tempo das cerejas, sim, mas depois das grandes transformações revolucionárias houve muitas vezes grandes desilusões e contra-revoluções. A utopia não existe, vai-se construindo? «A poesia está na luta dos homens, / está nos olhos abertos para amanhã.» poderia responder Mário Dionísio.
De Janeiro a Março, vamos debater, dicutir, cantar, colorir, pensar e revoluções. Revolta e revolução para quê? Para a emancipação de toda a humanidade, isso sabemos. Falta o resto? Vamos ver, com um aviso de Mário Dionísio feito em 1978: «Sem amor e sem raiva as bandeiras são pano / que só vento electriza / em ruidosa confusão / de engano // A Revolução / não se burocratiza».
A exposição mostra parte da correspondência de Mário Dionísio com amigos, artistas - e com exposição de algumas obras desses artistas -, pintores, escritores, intelectuais e outros, para além de três partes temáticas: a sua saída do PCP, a polémica do neo-realismo e outros debates à volta do tema do realismo e a escrita de A Paleta e o Mundo.
A exposição estará até 17 de Abril de 2017 e pode ser visitada às segundas, quintas e sextas-feiras entre as 15h e as 20h e aos sábados e domingos entre as 11h e as 18h.
Ciclo A Paleta e o Mundo IV
Todas as segundas-feiras às 18h30
Leituras com projecção de imagens de textos relacionados
Continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, da 5ª parte de A Paleta e o Mundo,«Os primeiros pintores malditos», de Mário Dionísio.
«A Paleta e o Mundo não é uma história, não é um tratado, nem se dirige a especialistas. Quereria ser antes uma longa conversa - porque nunca esqueço que escrever é travar um diálogo constante, uma das várias e mais fecundas maneiras de não estar sozinho. Uma longa conversa com aquelas tantas pessoas, como eu próprio fui, que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la.»
Foi lançada em Janeiro, no início da sessão «Editar à margem», uma campanha para apoio à reedição d’A Paleta e o Mundo. Esta obra histórica sobre arte e sociedade de uma actualidade surpreendente, ensaio pelo qual Mário Dionísio recebeu o Grande Prémio de Ensaio de 1962, está praticamente esgotada (já só existem para venda alguns dos 5 volumes da 2ª edição de 1973-74) e é nossa vontade conseguir reeditá-la ainda este ano, centenário do nascimento de Mário Dionísio.
Quem quiser dar o seu contributo (no mínimo dois euros) só tem de vir à Casa da Achada e tratar do assunto. Se preferir pagar por transferência bancária (IBAN: PT50 0036 0000 9910 5869 2830 8), deve enviar-nos um email (para casadaachada@centromariodionisio.org) com o seu nome, o comprovativo, e a indicação de que o valor se destina à reedição d’A Paleta e o mundo. Os nomes dos apoiantes figurarão na futura edição.
- 6 de Março Mi hermano Fidel (1977, 17’)
de Santiago Álvarez Memórias do subdesenvolvimento(1968, 97’)
de Tomás Gutierrez Alea
apresentados por António Loja Neves
- 13 de Março
Que viva México (1979, 90’)
de Sergei M. Einsenstein apresentado por Youri Paiva
- 20 de Março Ilha das Flores (1989, 13’)
de Jorge Furtado Os fuzis(1964, 80’)
de Ruy Guerra
apresentados por Luiz Rosas
Domingos 5 e12 de Março de 2017 das 15h30 às 17h30
Quando se desenha colectivamente numa mesma folha de papel, acontecem coisas imprevistas. Numa roda de desenho a folha gira e as canetas tomam caminhos inesperados. No fim de cada roda, dá-se um título ao desenho que ficou.
Daniel Valente faz rodas de desenho há vários anos por puro gozo e diverte-se a desenhar com os outros. Mantém também um blogue com os desenhos digitalizados.
A partir dos 6 anos. Número máximo de participantes: 10.
OFICINA COMO FAZER UMA REVOLUÇÃO
Domingos 19 de Março de 2017 das 15h30 às 17h30
Esta oficina tem como objectivo editar um guia prático para fazer a revolução, ou mesmo revoluções se tivermos de fazer várias.
A duração da oficina é de 4 horas, divididas por quatro questões - uma hora para tratar cada uma delas. Participantes: qualquer um que quis ou não quis de todo fazer a revolução. Ou também todos os que encalharam em tentativas anteriores.
1. Sentido dado por cada participante à noção de revolução.
2. Análise de diferentes tipos de revolução ao longo da história da Humanidade.
A Humanidade (Humanité) é também o nome do jornal francês do partido comunista onde Rothschild investiu dinheiro.
3. Os ingredientes necessários para se conseguir uma revolução.
Por exemplo, contra quem fazemos a revolução? Serão necessários explosivos ou simplesmente material intelectual ? O tempo do aboborar, com quem e muito eventualmente porquê?
4. O modo de emprego e a duração desejada para a revolução realizada.
Por exemplo um dia, dez anos ou 70 anos para a de Outubro de 1917.
A partir dos 6 anos. Número máximo de participantes: 10.
Nas comunidades rurais, «baldios» são terrenos que circundam as aldeias e pertencem a quem habita o lugar a cada momento. São territórios que se habitam e trabalham em conjunto, geridos numa «Assembleia de Compartes» (que são titulares sem serem proprietários), na qual todos têm assento igual. Em tempos de distopia capitalista, a ideia de «comum» parece reaparecer, a prometer a revolução do séc. XXI.
Que podemos aprender, tanto para o mundo rural como para o urbano, com as dinâmicas, presentes e ancestrais, de gestão de um espaço de propriedade comunal – o baldio –, com o seu passado, presente e cenários futuros?
Vamos conversar sobre baldios com Anselmo Canha, Rita Serra e Sara Moreira.
Por Quem os Sinos Dobram
o que te diz a Guerra de Espanha?
Conversa com Arturo Reguera, Miguel Pérez e Paula Godinho
A Guerra de Espanha marcou a história do século XX como um dos exemplos maiores da luta contra o fascismo e da solidariedade internacionalista. Portugal esteve especialmente próximo do conflito, por razões geográficas e pelo aberto apoio da ditadura salazarista aos falangistas espanhóis. Não esqueceremos!
Conversa com Arturo Reguera, Miguel Pérez e Paula Godinho.
«A guerra de Espanha, aqui ao lado, vivida dia a dia e hora a hora com o ouvido colado aos aparelhos de TSF, por causa das interferências meticulosamente provocadas, por causa dos vizinhos (fossem eles quem fossem), com projectos ansiosos de ir lá ter ("Partir./Partir para a pátria instável onde o grito salta das veias", versos meus de 38) e o remorso de ficar. As notícias diárias dos bombardeamentos, dos fuzilamentos, das aldeias destruídas, sem pão, sem armas. E o "no pasarán!". O não passarão vibrando no nosso desespero, ainda antes de gritado nas barricadas de Madrid, sentido em silêncio e lágrimas, neste país agrilhoado, esvaziado, com os amigos perseguidos, presos, torturados, muitos deles mortos não se sabia onde. Houve um tempo em que nem saber onde estavam se podia.» Mário Dionísio, Autobiografia (1987)
A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio
continue a existir
A entrada é gratuita em tudo o que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio faz. Não por riqueza ou por mania. Mas porque decorre da própria ideia que Mário Dionísio tinha da cultura. E nós, vários anos depois, também.
As excepções são as edições, é claro. Que os Sócios Fundadores e Amigos da Casa da Achada podem comprar abaixo do preço do mercado.
Os tempos vão maus e os apoios institucionais também.
Por isso, agora dizemos a toda a gente que toda a gente pode fazer um donativo, se assim o entender.
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Caso opte por esta forma de pagamento, o Paypal irá reter uma pequena percentagem do valor doado, pelo que se quiser garantir que iremos receber a totalidade do seu donativo, faça uma transferência bancária (abaixo).
Opção 2: Transferência bancária
Transfira para o NIB 0036 0000 9910 5869 2830 8 a quantia que desejar doar.
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