A Biblioteca Pública da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, com mais de 4000 volumes de literatura, arte, filosofia, história, ciência, livros infantis e juvenis, etc. e algumas centenas de publicações periódicas pode ser consultada durante as horas de abertura. Também a Mediateca, que se encontra em formação, pode já ser consultada e verem-se filmes no local ou levá-los para casa, emprestados. Ver Catálogo da Biblioteca Pública e Mediateca. Ver mais informações.
Mediante marcação:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
O Centro de Documentação, constituído pelo arquivo Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas) pode ser consultado mediante marcação. Ver Catálogo da Biblioteca do Centro de Documentação.
Programação:
Ciclo: Um Homem na Revolução
No dia 23 de Abril de 1974, Mário Dionísio só escreveu três pequenas frases no seu diário: «E talvez também nem isto valha a pena. Tudo caminha alegremente para o fim. Acabou-se.» Só voltaria a escrever dois dias depois: «E, de repente, o impensável! [...] É mesmo a revolução! [...] É o fim do imenso pesadelo, é o começo de tudo!» E uma semana depois: «No Liceu Camões realizamos a primeira reunião de apoio ao Movimento. Vamos entregar à Junta de Salvação Nacional o nosso documento. Começamos a organizar-nos. Não paro mais.»
Terá sido ingenuidade aceitar cargos como de presidente da comissão que transformaria os programas escolares para o ano lectivo de 1974/75 ou de director de programas da RTP em 1976, acreditando que alguma coisa de fundo se transformaria? Muitas lutas e reuniões, cargos e demissões depois, escreveria, reagindo ao sucesso eleitoral da AD em 1979: «Toda a noite agarrados à TV, assistindo à rápida derrocada do 25 de Abril.»
Em Abril e Maio na Casa da Achada propomos olhar para o pós-25 de Abril, do sonho à vitória da normalização, a partir do percurso de um homem que, do entusiasmo à desilusão, o viveu por dentro e por fora. Em Junho a Casa da Achada estará em obras mas o ciclo continua noutros locais.
A exposição mostra parte da correspondência de Mário Dionísio com amigos, artistas - e com exposição de algumas obras desses artistas -, pintores, escritores, intelectuais e outros, para além de três partes temáticas: a sua saída do PCP, a polémica do neo-realismo e outros debates à volta do tema do realismo e a escrita de A Paleta e o Mundo.
A exposição estará até 17 de Abril de 2017 e pode ser visitada às segundas, quintas e sextas-feiras entre as 15h e as 20h e aos sábados e domingos entre as 11h e as 18h.
De 25 de Abril a 22 de Maio de 2017 decorrerá na Casa da Achada uma exposição - venda de obras de arte - de desenho, pintura, serigrafia, gravura, fotografia,cartoons, cartazes - que, ao longo dos últimos anos, foram feitas (por muitas cabeças e mãos) e doadas à CA-CMD (por quem as fez ou quem as tinha) para que pudessem ser vendidas com o propósito de angariar fundos para as suas actividades e necessidades diversas.
Para quê?
Depois de 7 anos de funcionamento pleno, a Casa da Achada - nomeadamente os seus espaços públicos, onde decorre a maioria das actividades, sessões, exposições, oficinas, ligadas ou não à obra de Mário Dionísio e de Maria Letícia - necessitam de manutenção; ou seja, de obras pontuais, de construção civil, de reabilitação, que permitam a continuação da utilização e usufruto desses lugares onde, quase diariamente, se encontram gentes e ideias.
As obras de manutenção decorrerão em Junho, mês em que a Casa estará encerrada, levando algumas actividades para fora de portas.
Porquê?
Antes da sua abertura - ainda sem obras feitas - já se realizavam actividades e encontros na Casa da Achada; uma concentração de vontades e esforços que foi fundamental para tornar os seus espaços (físicos) realidade em 29 de Setembro de 2009.
Assim, a ideia desta exposição não reflecte apenas uma necessidade prática, com exigências financeiras; materializa e reafirma uma forma autónoma de estar e de fazer, através dos vários olhares, formas de expressão, diferentes saberes e experiências que tornam a vida e a continuação da Casa possível.
Ciclo A Paleta e o Mundo IV
Todas as segundas-feiras às 18h30
Leituras com projecção de imagens de textos relacionados
Continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, da 4.ª parte de A Paleta e o Mundo, «Durante as grandes tempestades», de Mário Dionísio.
«A Paleta e o Mundo não é uma história, não é um tratado, nem se dirige a especialistas. Quereria ser antes uma longa conversa - porque nunca esqueço que escrever é travar um diálogo constante, uma das várias e mais fecundas maneiras de não estar sozinho. Uma longa conversa com aquelas tantas pessoas, como eu próprio fui, que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la.»
Foi lançada em Janeiro, no início da sessão «Editar à margem», uma campanha para apoio à reedição d’A Paleta e o Mundo. Esta obra histórica sobre arte e sociedade de uma actualidade surpreendente, ensaio pelo qual Mário Dionísio recebeu o Grande Prémio de Ensaio de 1962, está praticamente esgotada (já só existem para venda alguns dos 5 volumes da 2ª edição de 1973-74) e é nossa vontade conseguir reeditá-la ainda este ano, centenário do nascimento de Mário Dionísio.
Quem quiser dar o seu contributo (no mínimo dois euros) só tem de vir à Casa da Achada e tratar do assunto. Se preferir pagar por transferência bancária (IBAN: PT50 0036 0000 9910 5869 2830 8), deve enviar-nos um email (para casadaachada@centromariodionisio.org) com o seu nome, o comprovativo, e a indicação de que o valor se destina à reedição d’A Paleta e o mundo. Os nomes dos apoiantes figurarão na futura edição.
29 de Dezembro de 1975, Mário Dionísio assume o cargo de director de programas da RTP para que fora convidado e do qual se demitirá alguns meses mais tarde. Durante este período e nos anos seguintes, nos muitos apontamentos de reuniões, encontros e reflexões pessoais de Mário Dionísio, encontrámos referências aos filmes e episódios de séries documentais que juntámos neste ciclo de cinema.
Este será um ciclo diferente dos que temos programado. Juntamos três filmes de ficção a três produções documentais da RTP. Nas três primeiras sessões, apresentamos ficções que Mário Dionísio viu à época (A linha geral, de Eisenstein, e Tízezer Nap - Os dez mil sóis, em português -, de Ferenc Kósa) e um filme com que sonhou e que lhe «faltou tempo para levar a cabo» durante a sua passagem pela televisão (O Delfim, de Fernando Lopes). Na segunda parte do ciclo, teremos três sessões-conversa, onde aproveitaremos para acompanhar a passagem de Mário Dionísio pela RTP, com a ajuda de alguns convidados. Em cada sessão, exibimos um documento televisivo. Dois documentários que acabaram na justiça: «O aborto não é um crime» e o 11.º episódio da série Os anos do século intitulado «A guerra inútil»; dois momentos em que Mário Dionísio assumiu a defesa dos autores. O ciclo termina com o primeiro episódio da série Cantigamente, realizado por Fernando Lopes e exibido na RTP em Março de 1976, facto que Mário Dionísio regista com agrado.
- 3 de Abril A linha geral ou O velho e o novo (1929, 121') de Sergei Eisenstein apresentado por João Pedro Bénard
«Raramente a arte e a propaganda declarada terão atingido e atingirão uma fusão tão perfeita [...]. Mas, do lado ideológico (e, portanto, também do lado da propaganda), surpreende-me o esquematismo (só agora visível?) e a acentuada teatralidade que marca as situações e furta a possibilidade de credibilidade a muitos passos.» Mário Dionísio, Diário (24/09/1975)
- 10 de Abril Os dez mil sóis (1967, 110') de Ferenc Kósa apresentado por Pedro Soares «[...] é, na verdade e sem discussão possível, uma obra excepcional. Ali deviam pôr os olhos os que denigrem toda a arte de intenção política e, sobretudo, os que a defendem sem fazerem menor ideia do que isso possa ser.» Mário Dionísio, Diário (18/03/1977)
- 17 de Abril O Delfim (2002, 88') de Fernando Lopes apresentador a confirmar «E consta-me agora que parece estar de pé um projecto pelo qual fiz o que pude mas me faltou tempo para o levar a cabo: a passagem a linguagem televisiva dum excelente livro, O Delfim, do José Cardoso Pires.» Mário Dionísio, «O fascismo, a cultura e a TV» (O Jornal, 30/09/1977)
- 24 de Abril Nome Mulher: «O aborto não é um crime» (1975, 48') de Cinequipa sessão com conversa «Na reunião da Directoria de ontem houve um ataque inesperado e particularmente violento: contra a passagem do programa "O Aborto não é crime" [...]. Começo de um ataque concertado? Os bispos publicam um comunicado contra o mesmo programa. Idêntica censura vem da Ordem Regional do Norte da Ordem dos Médicos e do... Mário Castrim.» Mário Dionísio, Diário (06/02/1976)
Oficina para pequenos e grandes
Pensar e listar, discutir e filmar, cortar e colar, ver e falar.
Para fazer uma coisa colaborativa sobre URGÊNCIAS
em quatro tardes de Domingo
Domingos 9, 16, 23 e 30 de Abril, das 15h30 às 17h30
OFICINA pensar e listar, discutir e filmar, cortar e colar, ver e falar. Para fazer uma coisa colaborativa sobre URGÊNCIAS em quatro tardes de Domingo
Domingos 9, 16, 23 e 30 de Abril das 15h30 às 17h30
Oficina para conversar sobre urgências - ou se ainda as temos - e para experimentar fazer alguma coisa com elas, por exemplo um filme colectivo.
Na primeira sessão escrevemos, na segunda filmamos, na terceira montamos. O quarto domingo é uma sessão para ver o conjunto, onde mostramos o que fizemos e falamos o que quisermos.
Vamos ter estes materiais para começar:
Um poema do fim do mundo (do Drummond) e uma lista de urgências e resoluções de um músico (o Guthrie), um filme do fim do mudo (do Jean Vigo) e uma montagem de fragmentos de movimentos filmados em vários tempos (do van der Keuken).
Teremos ainda papéis e canetas, câmaras e computadores.
Pedimos que tragam outros materiais se quiserem:
Microfones, tripés, computadores, máquinas de filmar (que também pode ser um telemóvel).
Para todos a partir dos 8 anos. Com a orientação de Cátia Salgueiro e outras.
A partir dos 8 anos. Número máximo de participantes: 10.
A 30 de Abril de 1945, morria Adolf Hitler. Sebastião Lima Rego vem falar-nos sobre os acontecimentos que marcaram o fim da II Grande Guerra.
Nas sessões «histórias da História», conversamos sobre efemérides da História, contemporâneas de Mário Dionísio, pensando sempre também no que se passa hoje. Porque há coisas de que se fala hoje - como a tão badalada «crise» - que não são coisas novas, algumas nunca deixaram de existir, outras ressurgiram em sítios e alturas diferentes.
No 25 de Abril abrimos as portas da Casa da Achada aos amigos e a todos os que queiram assinalar esta data para que continue presente e resistente ao esquecimento. Aproveitamos para estar juntos, conversar e conviver.
Este ano, em pleno ciclo «Um homem na revolução – o Mário Dionísio e o 25 de Abril», abrimos as portas às 18h e às 18h30 inaugura uma exposição de obras de arte para venda, de vários autores, que tem como objectivo a angariação de fundos para as obras na Zona Pública que irão acontecer durante o mês de Junho. Às 19h canta o Coro da Achada.
Venham os amigos, os amigos dos amigos e os amigos dos amigos dos amigos.
O Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada apresenta A missão de Arulalagan
um texto de Joaquim Paulo Nogueira, interpretado pelo próprio e por Moin Uddin Ahamed, dirigido por F. Pedro Oliveira e com a participação musical de Fernando Chainço
no 122º Aniversário da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense.
Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense
Rua Capitão Leitão 64, Almada
Quinta 27 de Abril às 19:00
A missão de Arulalagan, é um pequeno espectáculo bilingue criado a partir do texto A Missão /F14 que Joaquim Paulo Nogueira escreveu em 2003, para corresponder a um desafio de Giovanni Clementi, dramaturgo italiano. A proposta de Clementi foi feita nos Encontros Internacionais de Dramaturgia de Valdigna, Valência, num momento em que os mares da costa italiana se tinham tornado um cemitério de refugiados. Proposta feita junto de vários autores, italianos, portugueses e espanhóis. Para este trabalho, agora no Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada, foi acrescentada uma versão para bengali, que tenta acentuar a ilegibilidade e a não compreensão verbal como possibilidade de criar um entendimento mais forte e intenso do outro. Deixar de perceber para começar a compreender.
O Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada apresenta São 3 segundos -Fragmentos e outras Partes
Uns querem. Outros não. Outros nem sequer querem falar dela. Nem pensam nisso e acham uma perda de tempo. Alguns têm medo, outros uma disfarçada indiferença. Muitos acham que se deveria falar de outra coisa. Mas todos, uns e outros, acabam sempre por pensar nela.
A partir de conversas com a Anabela, o Antero, a Emília, o Hélder, o João, a Liliana, o Luis, a Lurdes, a Mariana, a Marta, o Moin, o Pedro, o Pedro, o Rui, o Rui, a Teresa, o Tiago e o Vitor, e dos textos de Antónia Pereira, Carla Portugal, Conceição Lopes, Cristina Didelet, Haitham Katib, Lurdes Vargas e Mário Dionísio, com música de Arvo Pärt e Wim Mertens.
Com Anabela Cardoso, Antónia Pereira, Cátia Teixeira, Cristina Didelet, F. Pedro Oliveira, Fernando Chainço, Fernando Lopes, Haitham Khatib, Hélder Gomes de Pina, João Neves, Lurdes Vargas, Margarida Louro, Margarida Rodrigues, Maria Pinheiro Abelha, Marta Frade, Moin U Amed, Patrícia Dionísio, Paula trindade, Pedro Silva (Voz), Rui Coelho, Rui Rodrigues, Siça Souza, Teresa Jácome, Tiê Moreira e Vitor Ataíde.
no 122º Aniversário da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense.
Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense
A partir de um excerto de um texto de Mário Dionísio de Abril de 1979, reflectindo sobre «Ensino e educação antes e depois do 25 de Abril», pretendemos lançar um debate que parece ainda hoje ressoar nas intermináveis discussões acerca da educação. Para compreender melhor as reais transformações da escola depois da revolução de Abril, mas também para discutir a escola e o ensino de hoje. Muitos identificam de novo a «balbúrdia» e a «barafunda» e a «indisciplina» como problemas centrais da escola. Será assim? O que falta é hierarquia, autoridade e disciplina? Ou será preciso ir por outros caminhos e sair dos limites desses discursos, se queremos realmente pensar a possibilidade de uma educação emancipadora nos tempos actuais?
Segue um excerto daquele texto, que podem também encontrar no livro editado pela Casa da Achada com textos de Mário Dionísio sobre a escola e a educação O quê? Professor?!:
«Tentou-se muito. Não devemos esquecer o entusiasmo e a esperança com que, sobretudo nos primeiros tempos, professores, estudantes, trabalhadores dos mais variados quadrantes e localidades tentaram destruir os esquemas escolares obsoletos e se esforçaram por renovar e alargar o âmbito do ensino. [...]
Mas tudo isso depressa se viu, não canalizado, aproveitado, estimulado, mas pouco a pouco reprimido ou, pelo menos, refreado, sob o pretexto da "confusão", da "desordem", do "caos", que, inegáveis embora, não eram, nem confusão, nem desordem, nem caos, mas simplesmente a forçosa perturbação, que ninguém aprovará como tal, mas se sabe transitoriamente inevitável, quando se pretende saltar da mais negra e prolongada opressão para um clima de liberdade. Que não pode estar de antemão preparado e pronto a viver-se sem passar por sobressaltos e erros, e só a prática - a luta - tornará saudavelmente respirável.»
Com a participação de Ariana Furtado, Jorge Ramos do Ó, Rui Canário, Jaime Pinho e João Jaime.
A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio
continue a existir
A entrada é gratuita em tudo o que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio faz. Não por riqueza ou por mania. Mas porque decorre da própria ideia que Mário Dionísio tinha da cultura. E nós, vários anos depois, também.
As excepções são as edições, é claro. Que os Sócios Fundadores e Amigos da Casa da Achada podem comprar abaixo do preço do mercado.
Os tempos vão maus e os apoios institucionais também.
Por isso, agora dizemos a toda a gente que toda a gente pode fazer um donativo, se assim o entender.
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Transfira para o NIB 0036 0000 9910 5869 2830 8 a quantia que desejar doar.
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