A Biblioteca Pública da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, com mais de 4000 volumes de literatura, arte, filosofia, história, ciência, livros infantis e juvenis, etc. e algumas centenas de publicações periódicas pode ser consultada durante as horas de abertura. Também a Mediateca, que se encontra em formação, pode já ser consultada e verem-se filmes no local ou levá-los para casa, emprestados. Ver Catálogo da Biblioteca Pública e Mediateca. Ver mais informações.
Mediante marcação:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
O Centro de Documentação, constituído pelo arquivo Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas) pode ser consultado mediante marcação. Ver Catálogo da Biblioteca do Centro de Documentação.
Programação:
Ciclo: Terceira Idade
Terceira idade é o título do último livro de poesia de Mário Dionísio. A partir desta obra, propomos um ciclo para pensar a velhice, o que é isso de uma «sociedade envelhecida» e que problemas levanta, o que é «reformar-se», porque pode ter tanta força a «criação tardia» para artistas e amadores das artes, ou o que pode ser a riqueza de vida de alguém que viveu muitos anos e tem, por isso, muitas histórias para contar. Não são apenas questões de idade e de saúde, mas problemas da vida em comum e da transmissão cultural que, tudo indica, é uma questão política... e das complicadas. O que é isso de «conflito de gerações»?E será que «no meu tempo é que era bom»? Vozes, fazeres, ideias e artes de «mais novos» e «mais velhos», precisam-se!
A acompanhar o ciclo, todas as segundas-feiras há filmes ao ar livre, com personagens que vivem a terceira idade, e todos os dias uma exposição de quadros que Mário Dionísio pintou nos últimos anos da sua vida pode ser vista na Casa da Achada até 25 de Setembro: «Mário Dionísio - Pintura 1988-1993».
«MÁRIO DIONÍSIO: PINTURA 1988-1993» até 25 de Setembro
Nos últimos anos de vida, Mário Dionísio pintou intensamente. Nesta exposição, mostramos parte da sua pintura abstracta de 1988 a 1993, data da sua morte.
Nos últimos anos de vida, Mário Dionísio pintou intensamente. Nesta exposição, mostramos parte da sua pintura abstracta de 1988 a 1993, data da sua morte.
A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio inaugura uma nova exposição, 70 anos depois da 2ª Exposição Geral de Artes Plásticas (EGAP), famosa por ter sido «visitada» pela PIDE que apreendeu 12 quadros (um dos quais de Mário Dionísio) porque considerados «anti-nacionais» e subversivos.
As EGAPs têm uma importância fulcral (e nem sempre reconhecida) na história da luta contra o fascismo em Portugal; foram exposições de artistas portugueses unidos num compromisso político e não estético: os participantes nas EGAPs comprometiam-se a não mais colaborar com as exposições organizadas pelo regime.
Esta exposição quer lembrar este acontecimento marcante na história da resistência ao fascismo mostrando alguns dos quadros que foram apreendidos, acompanhados com fotos e documentos existentes no Centro de Documentação do Centro Mário Dionísio.
Terminada a leitura de A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, escolhemos várias obras que com ela se relacionam.
Começamos com a leitura comentada, acompanhada com a projecção de imagens, deEncontros em Paris, de Mário Dionísio. Este livro, editado em 1951, é a transcrição das várias entrevistas que Mário Dionísio fez, em Paris, aos artistas Luçart, Léger, Fougeron,Taslitsky, Pignon, Orazi, Morado e Scliar.
«A Paleta e o Mundo não é uma história, não é um tratado, nem se dirige a especialistas. Quereria ser antes uma longa conversa - porque nunca esqueço que escrever é travar um diálogo constante, uma das várias e mais fecundas maneiras de não estar sozinho. Uma longa conversa com aquelas tantas pessoas, como eu próprio fui, que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la.»
Domingos 3, 10, 17 e 24 de Setembro das 15h30 às 17h30
Quando se desenha colectivamente numa mesma folha de papel, acontecem coisas imprevistas. Numa roda de desenho a folha gira e as canetas tomam caminhos inesperados. No fim de cada roda, dá-se um título ao desenho que ficou.
Daniel Valente regressa à Casa da Achada para organizar estas rodas de desenho, desta vez com dois amigos, Rodrigo Gonçalves e Pedro Rodrigues.
Criação Tardia - as últimas rebeldias dos artistas
conversa alargada com provocações a partir do livro
A criação «tardia» não é sinónimo de descanso e repouso como se poderia pensar. Para muitos artistas os últimos anos da sua vida não foram tempos de ficar apenas «sereno e sábio», mas passaram por um repensar das coisas, muitas vezes de forma inconclusiva, deixando espaços abertos, e criando obras onde se encontram rebeldias, incongruências, inquietações e novas descobertas.
Esta sessão sobre a «criação tardia» pretende não apenas debater a criação artística «na velhice», mas pensar o facto de muitos artistas terem criado obras em que ultrapassam barreiras, abrem caminhos, descobrem coisas, estão a anunciar outras ideias, nos anos finais da sua vida. No teatro, no cinema, na literatura, na pintura, na música.
O livro On late style (Sobre o estilo tardio) de Edward Saïd serviu-nos de inspiração. Refere-se, entre outros, a Beethoven, um homem que escreveu obras nos anos finais da sua vida que parecem fracturadas, intransigentes, complexas, sem concessões, interrogativas, enfrentando contradições, e até «esticando» as tensões entre a arte e a vida e questionando o próprio acto de criar. Mas o livro fala de outros criadores: Ibsen ou Genet, por exemplo, no teatro. A música de Richard Strauss. O cinema de Visconti. A filosofia de Adorno. A interpretação musical de Glenn Gould.
Noutros casos, como o de Mário Dionísio ou o de Ernesto Sabato, os artistas centram-se durante a velhice numa actividade sua menos conhecida que só puderam desenvolver plenamente mais tarde. Como mostra também a pintura tardia de Mário Dionísio (em exposição actualmente na Casa da Achada), de surpresa em surpresa, na sua impetuosa rebeldia.
Oito anos a abrir é muito tempo, mas pode ser só o começo. E, como começámos, temos vontade de continuar. Venham amigos. Vamos partilhar fôlego para continuar. Assinalamos os oito anos de abertura da Casa da Achada ao público com uma conversa do ciclo «Terceira idade», a inauguração de uma nova exposição, já do novo ciclo «Exposições Gerais de Artes Plásticas», e convívio com intervenções a várias vozes sobre coisas soltas que ficaram na memória nestes 8 anos.
Eis a mesa bem servida As flores A toalha dos grandes dias
Em redor a gente da casa e os amigos
Comemos bebemos falamos ruidosamente para não nos trairmos
Baralham-se as palavras
e histórias e memórias desembestadas
Rimos muito para abafar o que nos falta
e nunca se sabe
o que vem a ser ao certo
Onde estão os amigos ao correr desta quaresma
Quanto mais nos apertamos mais tudo se afasta e desvanece
Quanto melhor nos sentimos mais vazio tudo é
nesses dias de festa onde está a festa já festa não há
horrendos esses dias mas quem sabe a falta que um dia isto nos fará
esses dias tão ocos quem dera fugir-lhes só que deles precisamos
ainda assim
Mário Dionísio
Sábado, 30 de Setembro
16h - o Coro da Achada canta 8 canções
16h30 - debate aberto: O que é isso de reformar-se?
A fechar o ciclo «Terceira idade», a Casa da Achada pergunta a quem já se reformou, a quem ainda não se reformou e a quem nunca se reformará: «O que é isso de reformar-se?» É ficar sem saber o que fazer à vida, ou finalmente começar a viver? É uma oportunidade para re-formar-se? Ou para conformar-se? Para deformar-se? Transformar-se?
18h30 - amigos trazem amigos com sabor a festa e tomam a palavra. Deste dia não me esqueço: achados destes 8 anos
Domingo, 1 de Outubro
16h - inauguração da exposição «Um grande comício sem palavras», a partir da II Exposição Geral de Artes Plásticas de 1947.
A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio inaugura uma nova exposição, 70 anos depois da 2ª Exposição Geral de Artes Plásticas (EGAP), famosa por ter sido «visitada» pela PIDE que apreendeu 12 quadros (um dos quais de Mário Dionísio) porque considerados «anti-nacionais» e subversivos.
As EGAPs têm uma importância fulcral (e nem sempre reconhecida) na história da luta contra o fascismo em Portugal; foram exposições de artistas portugueses unidos num compromisso político e não estético: os participantes nas EGAPs comprometiam-se a não mais colaborar com as exposições organizadas pelo regime.
Esta exposição quer lembrar este acontecimento marcante na história da resistência ao fascismo mostrando alguns dos quadros que foram apreendidos, acompanhados com fotos e documentos existentes no Centro de Documentação do Centro Mário Dionísio.
Com visita guiada por Eduarda Dionísio e Eupremio Scarpa.
A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio
continue a existir
A entrada é gratuita em tudo o que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio faz. Não por riqueza ou por mania. Mas porque decorre da própria ideia que Mário Dionísio tinha da cultura. E nós, vários anos depois, também.
As excepções são as edições, é claro. Que os Sócios Fundadores e Amigos da Casa da Achada podem comprar abaixo do preço do mercado.
Os tempos vão maus e os apoios institucionais também.
Por isso, agora dizemos a toda a gente que toda a gente pode fazer um donativo, se assim o entender.
Opção 1: Cartão de crédito ou Paypal
Faça o seu donativo online, de forma totalmente segura, usando o seu cartão de crédito ou a sua conta Paypal.
Caso opte por esta forma de pagamento, o Paypal irá reter uma pequena percentagem do valor doado, pelo que se quiser garantir que iremos receber a totalidade do seu donativo, faça uma transferência bancária (abaixo).
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Sugestão: Assinar este texto, completando com a quantia doada, e enviar para a Casa da Achada.