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Segunda, Quinta e Sexta
15:00 / 20:00

Sábados e Domingos
11:00 / 18:00

 

 

Áreas Principais

 

Ciclos Trimestrais

 

2015

A Luz da Sombra

Bastidores - fazeres que não se vêem

À Mesa

Escola, para que te quero?

 

2016

Conflito e Unidade na Arte Contemporânea

Estas Cidades

Fronteiras fora e dentro

Autobiografia

 

2017

Revoltas e Revoluções

Um Homem na Revolução

Terceira Idade

Exposições Gerais de Artes Plásticas: Quando as Artes Tomam Posição

 

2018

Agora falo outra língua

Visita à oficina - os fazeres das artes

Outra sociedade – à volta das ideias de Ivan Illich

a partir de um quadro inacabado de Mário Dionísio

 

2020

Van Gogh

 

2024

José Gomes Ferreira – Amizades resistentes

 

2015

Ciclo A Luz da Sombra

Fevereiro e Março de 2015

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ciclo Bastidores - fazeres que não se vêem

Abril, Maio e Junho de 2015

 

Pensámos em bastidores para Abril, Maio e Junho. São os que se passam atrás das cortinas do teatro? Os que se fazem por baixo do palco? Aqueles que acontecem na rodagem de um filme? Sim, mas não só. A Casa da Achada propõe ver e discutir os bastidores das artes e profissões, os bastidores da política e do dinheiro, os bastidores das vidas e quotidianos – dos fazeres que não se vêem.
E isto sem esquecermos o 25 de Abril e o 1º de Maio, datas de muitos bastidores que não queremos esquecer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ciclo À Mesa

Julho, Agosto e Setembro de 2015

 

Sentamo-nos à mesa para o pequeno-almoço à pressa, para o almoço com os olhos no resto do dia, para o jantar de fartura ou de restos. Comemos - ou não comemos - carne e peixe, vegetais e petiscos. De onde vem o que comemos? Porque não comemos todos? Juntamo-nos à volta da mesa, com um copo à frente ou papel e caneta, para conversar e discutir, para imaginar ou desenhar o mundo de amanhã, para pensar no que acontece hoje, para não esquecer o que aconteceu ontem. Quem constrói estas nossas mesas? De madeira, de ferro, de plástico, redondas, quadradas, com três ou quatro pernas, usamo-las para escrever ou desenhar, para trabalhar ou brincar. Para apoiar o cotovelo que segura a cabeça cansada, para nos suportar no dia de trabalho e para o encontro libertador com os nossos companheiros. Há mesas cheias de botões, como as de som e as de costura. Outras cheias de buracos, como as de bilhar. Há mesas de negociações para as quais não somos convidados e mesas de amigos onde somos bem-vindos. Em Julho, Agosto e Setembro, vamos sentar-nos à mesa para pensar sobre ela.

 

 

 

 

 

 

 

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Ciclo Escola, para que te quero?

Outubro, Novembro e Dezembro de 2015

 

Passamos uma parte da nossa vida na escola, uns mais e outros menos, uns com mais prazer, outros com cada vez menos, e muito se tem dito e escrito sobre ensino. De Outubro a Dezembro a Casa da Achada lança a questão: Escola, para que te quero? Partimos dos textos de Mário Dionísio sobre educação, agora reunidos em livro, para discutir o que é ser professor. Que escolas foram e são as nossas? O que é ensinar e aprender? Existem escolas alternativas às que conhecemos? Conversaremos com pessoas que têm pensado sobre educação e dedicado o seu tempo a ensinar e a aprender. Veremos filmes com escolas, professores e alunos e aos domingos há oficinas onde se aprende a perguntar e a participar.

 

 

 

 

 

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2016

Conflito e Unidade na Arte Contemporânea

Janeiro, Fevereiro e Março de 2016

 

A arte do nosso tempo não é apenas um problema dos artistas, mas de toda a sociedade. Terreno de conflito, de incompreensão, de luta incessante, mas também de encontros, descobertas e novas unidades. A arte e os modos de a produzir, receber e pensar não estão desligados das questões que mais profundamente nos preocupam hoje, num mundo violento, complexo e dividido.

Em 1957 Mário Dionísio escreveu o ensaio Conflito e unidade da arte contemporânea e disse-o em voz alta numa conferência marcante, profunda e polémica. A Casa da Achada reeditou há pouco o texto desta conferência escrita ao mesmo tempo que Mário Dionísio lançava o seu grande ensaio sobre arte e sociedade, A paleta e o mundo.

Decidimos dedicar estes três meses àquele ensaio tão rico, tão profícuo e tão actual que nos desafia também hoje a reflectir sobre as sociedades e as sensibilidades humanas. Para pensar a arte contemporânea não como uma questão de especialistas mas como qualquer coisa que nos diz respeito, afecta, perturba, interroga, inquieta e desperta. Para entender as cores com que se pinta o mundo de hoje. E para o transformar.

 

«...só o que se espera ardentemente nos chama, sobretudo nas épocas de perplexidade, onde a força da desilusão e do desencanto não é comparável senão à da expectativa renovada de que não sabemos desistir.» MD

 

 

 

 

 

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Estas Cidades

Abril, Maio e Junho de 2016

 

As cidades que habitamos, onde trabalhamos, passeamos e viajamos. As cidades de prédios e edifícios, de teatros, cinemas e cafés, de gente apressada nas ruas e avenidas, de gente sentada nos bancos de jardim, nas paragens de autocarro ou em cais à espera do comboio.

 

Cidades em transformação. Crescendo para norte e sul, em altura, rompendo e criando novas velhas fronteiras. Cidades que são poemas, história, reboliço. Apitos, sirenes, ruídos, gritos, murmúrios, o metal e o cimento em construção. Cheiros de guisados e caril, de escapes e fumo de cigarros, de lixo e de maresia. Uma cidade «é uma constante transferência de visões e afectos; é o aplauso à modernização e uma súbita, inexplicável tristeza pelo que desaparece; é a funda e fértil contradição, latente em todas as pessoas e coisas, provocando um estado poético», dizia Mário Dionísio nos anos 50.

 

Propomos este ciclo sobre cidades a pensar no mundo que por elas passa, no que nelas muda, na vida das pessoas, nas suas habitações e locais de encontro, na expansão e na sobreposição, no chão que pisamos e nas paredes onde nos encostamos, nas subidas e descidas. Cidades que acolhem gente, mas também expulsam, que derrubam muros e levantam outros, que se partilham ou que se deixam vender. Que se abrem e se fecham. O ciclo é feito a partir de Lisboa, cidade onde estamos, sem esquecer, porém, que «moramos nas cidades todas».

 

 

 

 

 

 

 

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Fronteiras fora e dentro

Julho, Agosto e Setembro de 2016

 

A história humana é uma história de migrações, mas elas são hoje dominadas pelos critérios do neoliberalismo e do sistema económico capitalista. Uns podem mover-se livremente no mundo. Outros não. Uns viajam por recreio, outros para fugir à guerra e à miséria. O dinheiro passa, as mercadorias passam, as armas passam as fronteiras, mas muita gente fica retida por não ter papéis. A regulação das migrações é hoje em dia feita na base de violências e desigualdades brutais.

 

A Casa da Achada - Centro Mário Dionísio propõe um ciclo para debater as fronteiras, o que elas significam, o que elas escondem, o que elas protegem, num mundo de discriminação e guerra, num momento histórico em que as fronteiras voltam a tornar-se autênticos cemitérios para refugiados que procuram apenas um lugar onde viver em paz. Para pensar os modos de as passar e de as questionar, derrubando os muros que se levantam de novo (mesmo dentro de cada país), e que tantas vezes nos afastam dos vizinhos, dos colegas e dos amigos. Porque também há fronteiras pelas quais passamos todos os dias, quando atravessamos uma porta ou um bairro que não conhecemos.

 

Por isso propomos iniciativas e debates para pensar porque se ergueram e erguem de novo barreiras entre pessoas e ideias, porque se desenham fronteiras dentro e fora das nossas cabeças. Para derrubar muros mas também para separar águas e clarificar ideias.

 

 

 

 

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Autobiografia

Outubro, Novembro e Dezembro de 2016

 

Em 1987, Mário Dionísio escreveu uma Autobiografia, a pedido das edições O Jornal. É em torno deste pequeno livrinho que propomos o próximo ciclo na Casa da Achada, de Outubro a Dezembro, a encerrar o ano do centenário do nascimento de Mário Dionísio. «1916 havia de carregar-se deste pe­so todo nos meus ombros, confundindo, para m

im, esse ano dos princípios do século com o começo do Mundo».

 

Voltamos a querer lembrar que foi pintor, escritor, professor, fez crítica de arte e literatura, interveio na pedagogia e na política, deu-se com este e com aquele, paginou jornais, saiu do partido, foi membro de júris, esteve doente, voltamos a querer lembrar que respirava. É para o conjunto da sua vida que queremos olhar. E para a forma de a contar - «contar a nossa vida é impossível».

 

Em Outubro, inauguramos uma exposição a partir da correspondência de Mário Dionísio. No Congresso Internacional Mário Dionísio, Como uma pedra no silêncio, ouviremos mais de cinquenta intervenções sobre a sua vida e a sua obra. Nos meses seguintes lemos mais de perto a Autobiografia, em conversas com pessoas que vão ver o que lhes diz, ainda hoje, este livro, esta vida e a forma de a contar. «Contar a minha vida. Sempre que me falam nisso, imagino-me sentado num banco de cozinha, com um grosso camisolão, ombros caídos, a olhar por uma janela alta e estreita o que ela deixa ver da floresta».

 

 

 

 

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Revoltas e Revoluções

Janeiro, Fevereiro e Março de 2017

 

Não nos esquecemos. Este é o ano dos 100 anos da Revolução de Outubro. Não é um evento que se marca no calendário, que existiu só naquele dia daquele mês do ano de 1917. Foi uma excepção, como tantas outras, nos processos históricos dos bastidores e dos quotidianos. Apesar de todas as improbabilidades, aquelas pessoas acreditaram que era possível transformar o seu país e o mundo. A vida mudou, a arte seria também combate, a cultura transformava-se para todos e cantaram-se lutas e utopias – em Outubro de 1917, mas também nos anos seguintes, também noutros lugares do mundo.

 

O tempo das cerejas, sim, mas depois das grandes transformações revolucionárias houve muitas vezes grandes desilusões e contra-revoluções. A utopia não existe, vai-se construindo? «A poesia está na luta dos homens, / está nos olhos abertos para amanhã.» poderia responder Mário Dionísio.

 

De Janeiro a Março, vamos debater, dicutir, cantar, colorir, pensar e revoluções. Revolta e revolução para quê? Para a emancipação de toda a humanidade, isso sabemos. Falta o resto? Vamos ver, com um aviso de Mário Dionísio feito em 1978: «Sem amor e sem raiva as bandeiras são pano / que só vento electriza / em ruidosa confusão / de engano // A Revolução / não se burocratiza».

 

 

 

 

 

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Um Homemna Revolução

Abril, Maio e Junho de 2017

 

No dia 23 de Abril de 1974, Mário Dionísio só escreveu três pequenas frases no seu diário: «E talvez também nem isto valha a pena. Tudo caminha alegremente para o fim. Acabou-se.» Só voltaria a escrever dois dias depois: «E, de repente, o impensável! [...] É mesmo a revolução! [...] É o fim do imenso pesadelo, é o começo de tudo!» E uma semana depois: «No Liceu Camões realizamos a primeira reunião de apoio ao Movimento. Vamos entregar à Junta de Salvação Nacional o nosso documento. Começamos a organizar-nos. Não paro mais.»

Terá sido ingenuidade aceitar cargos como de presidente da comissão que transformaria os programas escolares para o ano lectivo de 1974/75 ou de director de programas da RTP em 1976, acreditando que alguma coisa de fundo se transformaria? Muitas lutas e reuniões, cargos e demissões depois, escreveria, reagindo ao sucesso eleitoral da AD em 1979: «Toda a noite agarrados à TV, assistindo à rápida derrocada do 25 de Abril.»

Em Abril e Maio na Casa da Achada propomos olhar para o pós-25 de Abril, do sonho à vitória da normalização, a partir do percurso de um homem que, do entusiasmo à desilusão, o viveu por dentro e por fora. Em Junho a Casa da Achada estará em obras mas o ciclo continua noutros locais.

 

 

 

 

 

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Terceira Idade

Julho, Agosto e Setembro de 2017

 

Terceira Iidade é o título do último livro de poesia de Mário Dionísio. A partir desta obra, propomos um ciclo para pensar a velhice, o que é isso de uma "sociedade envelhecida" e que problemas levanta, o que é "reformar-se", porque pode ter tanta força a "criação tardia" para artistas e amadores das artes, ou o que pode ser a riqueza de vida de alguém que viveu muitos anos e tem, por isso, muitas histórias para contar. Não são apenas questões de idade e de saúde, mas problemas da vida em comum e da transmissão cultural que, tudo indica, é uma questão política... e das complicadas. O que é isso de "conflito de gerações"? E será que "no meu tempo é que era bom"? Vozes, fazeres, ideias e artes de "mais novos" e "mais velhos", precisam-se!

 

A acompanhar o ciclo, todas as segundas-feiras há filmes ao ar livre, com personagens que vivem a terceira idade e todos os dias uma exposição de quadros que Mário Dionísio pintou nos últimos anos da sua vida pode ser vista na Casa da Achada até 25 de Setembro: Mário Dionísio - Pintura 1988-1993.

 

 

 

 

 

 

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Exposições Gerais de Artes Plásticas: Quando as Artes Tomam Posição

Outubro, Novembro e Dezembro de 2017

 

Foi exactamente há 70 anos que se realizou a 2ª Exposição Geral de Artes Plásticas (EGAP), famosa por ter sido «visitada» pela PIDE que apreendeu 12 quadros (um dos quais de Mário Dionísio) porque considerados «anti-nacionais» e subversivos.

 

As Exposições Gerais de Artes Plásticas (1946-1956) têm uma importância fulcral (e nem sempre reconhecida) na história da luta contra o fascismo em Portugal. O ciclo quer dar a conhecer este acontecimento e alguns dos protagonistas desta «aventura», o que movia estes artistas portugueses a unir-se num compromisso político e não estético.

 

Para além disso, é oportunidade para debater arte e política, o compromisso dos artistas, censuras novas e antigas, e perceber de que formas as artes podem tomar posição.

 

A acompanhar o ciclo, uma exposição, Um grande comício sem palavras – A partir da II Exposição Geral de Artes Plásticas de 1947, com alguns dos quadros que foram apreendidos, acompanhados com fotos e documentos existentes no Centro de Documentação do Centro Mário Dionísio, que pode ser vista na Casa da Achada até 16 de Abril de 2018.

 

 

 

 

 

 

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Agora falo outra língua

Janeiro, Fevereiro e Março de 2018

 

Por estranhas línguas corre o mundo, e é nesse mundo que as pessoas dão às suas línguas em ruidosa confusão (de engano), à procura da palavra exacta, à procura da mentira justa. Línguas que separam, constroem, pensam, são pensadas, unem; línguas que são a representação do poder, mas também da resistência. Falas quotidianas, as mesmas onomatopeias de cansaço ou surpresa, músicas e proclamações, pregões, ameaças e afagos, essa linguagem de quem fala todas as línguas.

 

Mas, se pior que não gritar é gritar só porque um grito algures se levanta, é preciso pensar o grito, e gritar o pensamento. A língua pode ser pensada, debatida, experimentada, traduzida, cantada, falada. A isso nos propomos nestes três primeiros meses do ano na Casa da Achada.

 

 

 

 

 

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Visita à oficina - os fazeres das artes

Abril, Maio e Junho de 2018

 

Num capítulo do ensaio A Paleta e o Mundo, Mário Dionísio propõe uma "visita à oficina" para tentar compreender como se faz verdadeiramente a arte, com que materiais e ferramentas se tece, se molda, se esculpe, se pinta. Seja com barro, com som, com palavras ou com pigmentos, as artes tomam caminhos diferentes nas formas como revelam, compreendem e transformam o mundo. Neste ciclo vamos perguntar às artes como são os seus trabalhos "interiores", as suas oficinas, os seus fazeres. Como e onde se fazem as formas e os objectos que nos tocam e interrogam?

 

 

 

 

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Outra sociedade – à volta das ideias de Ivan Illich

Julho, Agosto e Setembro de 2018

 

Vivemos, hoje, no quadro de um capitalismo global que alguns qualificam de “enlouquecido”. Politicamente marcado pelas orientações ditas neoliberais, os seus modos de produção e de consumo têm vindo a engendrar o agravamento das modalidades de exploração do trabalho, bem como das desigualdades sociais. Para compreender e discutir criticamente a natureza e amplitude da crise civilizacional com que estamos confrontados vamos “revisitar” as ideias de Ivan Illich (1926-2002) e a sua crítica radical das sociedades industriais  da segunda metade do século XX. Partindo das temáticas que ficaram célebres pela desmontagem crítica de Ivan Illich, vamos abordar os temas da saúde, dos transportes, do ensino e das alternativas ao desenvolvimento.

 

 

 

 

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a partir de um quadro inacabado de Mário Dionísio

Outubro, Novembro e Dezembro de 2018

 

Uma exposição a partir de um quadro de Mário Dionísio, para chegar a outras paragens. É um quadro inacabado, do início dos anos 40, abandonado a meio caminho. Mas que caminho é esse? É uma tela de apreciáveis dimensões (1m40cm x 2m), com uma ambição mural, um mosaico onde parece caber o mundo inteiro. Uma tela cheia de mundo, em cada pincelada. Com campo e cidade, com exploradores e explorados, com homens e mulheres lendo colectivamente, trabalhando, desesperando, lutando. E até figuras, lá ao longe, num «déjeuner sur l'herbe». Com classes sociais diferentes (olhem aqueles chapéus!), do semeador ao homem de cartola, das camponesas aos operários e aos estivadores. E com mais mundo, que se vai revelando aos olhos de quem quiser ver.

 

Lembrámos Gauguin e o seu «Donde vimos? O que somos? Para onde vamos?». E depois de olhar melhor este quadro revelador - e revelador também para a história do neo-realismo - começámos a descobrir nele outros quadros, outras pinturas e desenhos de Mário Dionísio. Surgiram textos seus, de poemas e ensaios, dos seus diários. A exposição encheu-se de olhares e o quadro trouxe-nos também pinturas de outros pintores (vimos ali Van Gogh, Picasso, Portinari ou os muralistas mexicanos...), ideias e palavras de outros poetas e escritores (surgiu aqui Pasolini, José Gomes Ferreira, Léger...). Uma exposição com história, mas que não é uma lição de história. Uma exposição que não faz sociologia mas que tem lá sociedade (e a de hoje? e a de hoje?). Uma exposição que mergulha no quadro inacabado - e nos seus fragmentos - não para o fechar e completar, mas para o abrir a novos olhares e ideias. Mário Dionísio citava um verso de Paul Éluard para falar a necessidade de ver mais fundo, e não apenas olhar à superfície: «Ver é compreender e agir». E aqui se pode ver - se quisermos - um quadro como se fosse o mundo inteiro e incompleto.

 

 

 

 

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Van Gogh

Outubro, Novembro e Dezembro de 2020

 

A partir de um ensaio e de uma conferência de Mário Dionísio, que a Casa da Achada decidiu reeditar por se encontrarem há muito tempo esgotados, voltamos a Van Gogh.
Não o Van Gogh mercantil das lojas de souvenirs, das exposições multimédia, das bugigangas, nem o Van Gogh usado para decorar palácios e apartamentos, mas outro Van Gogh, que inspirou Mário Dionísio e nos pode inspirar hoje: o pintor da subversão e das tempestades, o homem que imaginou que podia participar com a sua arte (e a sua forma de viver) na transformação do mundo ou, pelo menos, deixar sementes para uma emancipação futura. O Van Gogh que imaginou cooperativas de pintores, à margem do mercado da arte. O Van Gogh que queria estar com os camponeses sem pão e pintar os despossuídos da terra. Não o Van Gogh rotulado de louco mas o que louca e apaixonadamente aspirou a uma sociedade mais livre e menos insana, com a ajuda dos seus pincéis de fogo.
Oportunidade para um ciclo de três meses, com um conjunto de conversas, leituras, debates, oficinas e para um novo ciclo de cinema.

 

 

 

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José Gomes Ferreira – Amizades resistentes

Março, Abril e Maio de 2024

 

A acompanhar a exposição «A vida sem palavras», com pinturas e desenhos que pertenceram a José Gomes Ferreira, feitos por amigos seus, a Casa da Achada realiza, a partir de Março de 2024, um ciclo de actividades acerca do escritor e em torno das relações de amizade que estabeleceu.

 

Amizades resistentes, feitas de cumplicidades nas artes, na política e na vida, que nos sugeriram conversas, visitas guiadas, oficinas, leituras, filmes e debates em que é protagonista José Gomes Ferreira, ao lado de muitos dos seus companheiros e amigos, pintores, escritores, intelectuais e artistas de percursos diversos.

 

Para conhecer melhor este grande amigo de Mário Dionísio, escritor empenhado, curioso e inventivo, que se interessou (entre muitas outras coisas) por poesia, música, cinema, pintura, cruzando a sua intervenção política com as lutas no campo cultural. Tudo isso passou por amizades e combates, cruzando gerações do século XX. Poderão essas amizades resistentes inspirar-nos hoje?

 

 

 

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André Spencer e F. Pedro Oliveira para Casa da Achada - Centro Mário Dionísio | 2009-2022